EXPOSIÇÃO

 

 

As grandes telas de Chiara Campanile apresentam-se como campos de pesquisa e de experimentação artística e estética. As pinturas envolvem ativamente o olhar e o corpo das pessoas que com elas se encontram. Através de pinceladas, às vezes afiadas e secas, às vezes planas e ligeiras, as cores líricas juntam-se numa delicada harmonia. São cores leves que falam diretamente sobre e à essência humana, que criam um espaço de descanso e de repouso e simultaneamente nos permitem considerar e reflectir àcerca das nossas necessidades interiores, uma vez que o interesse da artista se centra numa investigação sobre o significado das cores e das proporções. Ao criar uma abstração pictórica, que deriva de uma fase inicial de desconstrução e reconstrução de imagens existentes ou fantásticas, Campanile estabelece uma tensão entre a composição formal e uma concretização visual, que retorna como ativação de sensações e emoções.

 

 

Intervenção PATCHES

​

A artista intervém no espaço com duas obras intituladas Patches: a intenção é a de saras feridas e dar uma nova vida a Antiga Indústria de Tintas CIN. A primeira operação integra uma reflexão sobre os signos e as marcas do tempo e do trabalho presentes nas paredes interiores do edificio, especialmente na Nave B. Chiara Campanile, com efeito, escolheu efetuar pequenas intervenções pictóricas com diferentes cores que se relacionam com as queimaduras deixadas pelas, agora ausentes, máquinas industriais. Os buracos e as manchas negras são opticamente realçadas para possibilitar uma nova relação do espetador com o espaço do sistema produtivo da antiga indústria. A intervenção presente na sala do primeiro piso evidencia os signos do tempo que marcam a inatividade industrial do edifício: partes do chão são, portanto, preenchidas por uma intervenção quase “liquida”. O material utilizado pela artista permite ver o substrato inferior de chão, cristalizando a história que o edifício conta.