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EXPOSIÇÃO

Curador Artístico

Filippo De Tomasi

 

Artistas

Andrea Brandão

Chiara Campanile

João Vilhena

Roberto Conte

 

Horários

 

Inauguração sexta-feira às 19:30 horas

 

Sábado e domingo das

10:00 às 18:00 horas

Espaço Industrial e Cor: Repensar os Limites

 

Espaço industrial e cor: repensar os limites nasceu em articulação com o evento Contemporaneidades do espaço industrial, que se focaliza na possibilidade de reativar e repensar os espaços industriais devolutos. Assim foram escolhidos os artistas Andrea Brandão, Chiara Campanile e João Vilhena para intervirem com as suas operações artísticas, no espaço da Antiga Indústria de Tintas CIN.

Todos eles demonstraram, desde logo, interesse em trabalhar com a cor, numa evidente relação com a história deste edifício, mas também pela possibilidade que a cor possui de provocar a ativação do espaço industrial efémero e o diálogo deste com os visitantes, numa ótica que nos remete para a famosa frase de Yves Klein: “para mim as cores são seres vivos, indivíduos muito desenvolvidos que se incorporam connosco e com todo o mundo. As cores são os verdadeiros habitantes do espaço”.

Nesta sintonia entre espaço industrial e cor construiu-se o fil rouge que percorre toda a exposição, onde cada artista mantém e elabora a sua própria visão e poética. As intervenções pictóricas de Chiara Campanile apresentam a própria origem logo no título Patches - remendos, mas também pensos. A cor é utilizada pela artista como um momento de sutura das diferentes feridas temporais e espaciais presentes no edifício. As pinceladas e as manchas assumem uma perspetiva em que a cor tem valores curativos e taumatúrgicos, pelo que paredes e chão adquirem uma nova dimensão que funde história e ação, passado e presente.

João Vilhena interpreta a cor como meio, utilizando a pintura anamórfica, isto é, cria imagens que, por uma ilusão ótica, são apenas visíveis numa posição precisa do espaço. Desta forma, o artista cria quadrados verdes que se tornam um pretexto para poder criar novos espaços que são como que portas para outro mundo. Vilhena serve-se da pintura verde fluorescente para trabalhar com o chroma key e, através desse artifício, dilatar a experiência do espaço para outros mundos, criando uma realidade virtual, que outra coisa não é senão um jogo de espelhos.

Finalmente, Andrea Brandão utiliza a cor como guia, na tentativa de encaminhar visualmente o visitante em percursos preexistentes, ou não, no complexo do edifício. O jogo de faixas que a artista realiza propõe um momento de reflexão sobre a realidade e a sua possibilidade de transformação. Os limites investigados, marcados e quebrados pelas cores permitem considerar e reconceber a dimensão imaginativa e sonhadora do próprio real: Campo Aberto define-se como uma ampliação do pensamento e do visual, para além da mera realidade. 

A estas operações site specific, liga-se também uma seleção de fotografias sobre arquiteturas industriais, de Roberto Conte. Nestas imagens, a presença da cor, junto aos fortes contrastes de luz, ativa uma dimensão dramática e emocionante dos lugares devolvidos: a cor torna-se parte essencial destes elementos esquecidos. Em simultâneo, a escolha de projeção das imagens de Conte permite estabelecer uma ponte de essência efémera entre as arquiteturas devolutas e as fotografias.

A relação entre espaço industrial e cor permite-nos, portanto, repensar e redefinir os limites do nosso corpo, da nossa perceção e da interação com estes espaços efémeros. E estes mesmos limites são destruídos e reconstruídos pelos artistas que intervêm neste edifício industrial, na tentativa de participação e reativação sensorial do espetador e de redefinir bem como (des)estabilizar a temporalidade efémera destes edifícios.

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